PROJETO DE CAPACITAÇÃO E ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NAS ÁREAS DE REFORMA AGRÁRIA DO RECÔNCAVO BAIANO.

 

ROJETO DE CAPACITAÇÃO E ESCOLARIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NAS ÁREAS DE REFORMA AGRÁRIA DO RECÔNCAVO BAIANO.

 

BAHIA, NOVEMBRO DE 2008-2011

(Encaminhado e aprovado em 2005, esperando recursos)

SUMÁRIO

 

1. IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA

2. CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

3. OBJETIVOS

 

4. METAS E INDICADORES DE RESULTADOS

5. ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

6. PROPOSTA PEDAGÓGICA E METODOLÓGICA

7. CRONOGRAMA

8. RECURSOS

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

1.0 - IDENTIFICAÇÃO DA PROPOSTA

1.1 - TÍTULO: “Capacitação e Escolarização de Jovens e Adultos nas Áreas de Reforma Agrária do Recôncavo Baiano”.

1.2 - ÁREAS DE INTERESSE

  • Complementação de escolarização I e II

  • Capacitação e formação de monitores e coordenadores.

 

1.3 - ABRANGÊNCIA

06 (seis) Municípios da Região do Recôncavo - Estado da Bahia

 

1.4 - UNIDADE EXECUTORA

Universidade Federal da Bahia - UFBA

Faculdade de Educação – FACED

Departamento III – Educação Física

Linha de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Esporte e Lazer - LEPEL


1.5 - INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

Universidade Federal da Bahia – UFBA

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Movimento dos trabalhadores Desempregados - MTD

Secretaria Estadual de Educação – SEC-BA

1.6 - RESPONSÁVEL PELO PROJETO

Profª. Drª. Celi Nelza Zülke Taffarel

Profª. Esp. Myna Lizzie O. Silveira

 

1.7 - PERÍODO

24 meses a partir da assinatura do convênio. Encaminhado e aprovado em 2005, esperando recursos para ser executado de 11/2008 a 02/2011)

 

1.8 - RESPONSABILIDADE DOS PARCEIROS

1.8.1 – Universidade Federal da Bahia

  • Elaborar e executar, em conjunto com os movimentos sociais, os projetos educacionais;

  • Identificar, em conjunto com os demais parceiros, os Projetos de Assentamento que serão atendidos;

  • Quantificar e qualificar a demanda educacional nos Assentamentos de Reforma Agrária;

  • Em conjunto com os movimentos sociais, selecionar, capacitar e habilitar os monitores a utilizar pedagogias e metodologias adequadas às diretrizes do Programa;

  • Acompanhar o desempenho dos alunos, propondo novas estratégias quando necessárias;

  • Organizar o quadro docente responsável pelas disciplinas;

  • Aplicar os recursos de acordo com previsto no Plano de Trabalho e no Projeto;

  • Estabelecer parcerias necessárias à execução do projeto.

 

1.8.2 - Movimentos Sociais

  • Mobilizar jovens e adultos moradores dos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária para a identificação das demandas;

  • Identificar, em conjunto com os demais parceiros, os Projetos de Assentamento que serão atendidos;

  • Participar da organização do trabalho pedagógico;

  • Participar do acompanhamento pedagógico dos projetos;

  • Articula junto às Secretarias Municipais de Educação e ao INCRA a infra-estrutura necessária ao bom funcionamento das salas de aula;

  • Acompanhar o trabalho dos monitores assegurando freqüência às aulas;

  • Acompanhar a aplicação dos recursos e execução do Plano de Trabalho e do Projeto.

 

1.8.3 - Superintendência Regional do INCRA:

  • Divulgar, articular, implementar e acompanhar o PRONERA no âmbito da Superintendência;

  • Viabilizar as reuniões do Colegiado Estadual do PRONERA possibilitando a promoção de discussões e encaminhamentos coletivos que visem a melhor implementação do Programa no Estado da Bahia;

  • Identificar e organizar a demanda por educação de jovens e adultos nos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária;

  • Identificar, em conjunto com os demais parceiros, os Projetos de Assentamento que serão atendidos;

  • Articular, em conjunto com as Secretarias Municipais de Educação e os Movimentos Sociais, a infra-estrutura necessária ao bom funcionamento das salas de aulas;

  • Destacar e capacitar técnicos para a implementação do PRONERA no âmbito da Superintendência;

  • Acompanhar a aplicação dos recursos de acordo com os Planos de Trabalho e do Projeto;

  • Articular a participação das Secretarias Municipais e Estadual de Educação, Agricultura, Saúde, Meio-Ambiente e outras, para assegurar a implantação dos projetos e sua continuidade;

  • Financiar 95% dos custos do Projeto;

  • Analisar e aprovar as prestações de contas do Projeto.

 

1.8.4 – Secretaria Estadual de Educação

  • Divulgar, articular e acompanhar o PRONERA;

  • Contribuir para a implantação e execução dos Projetos no âmbito Municipal;

  • Articular, em conjunto com os Movimentos Sociais e o INCRA, a infra-estrutura necessária ao bom funcionamento das salas de aula;

  • Disponibilizar a infra-estrutura do município necessária para o bom andamento do Programa, colaborando na construção das condições, onde essas não existirem;

  • Criar estratégias para a continuidade da escolarização dos jovens e adultos beneficiados pelo PRONERA.

  • Apreciar o Projeto Capacitação e Escolarização de Jovens e Adultos;

  • Celebrar Convênio com a Universidade Federal da Bahia objetivando a certificação dos concluintes dos Cursos de Escolarização I – Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries e Cursos de Escolarização II – Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries;

  • Apreciar relatórios de execução do Projeto;

  • Expedir Certificados.

 

2.0 - CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

 

2.1 - JUSTIFICATIVA

A Educação de jovens e adultos coloca-se como prioridade social e dever do Estado, enquanto questão de justiça, direito à cidadania e necessidade nacional. Este direito constitucional é garantido àqueles que não freqüentaram a escola na idade esperada ou foram dela expulsos, conseqüência dos desequilíbrios estruturais e históricos da sociedade brasileira, assim deverá ser repensada como integrante da Educação Básica.

Por isso entendemos a ação do PRONERA um verdadeiro esforço nacional para superação desse déficit educacional como uma contribuição importante para a consolidação de uma política pública para Educação de Jovens e Adultos no campo, visando à efetivação da Reforma Agrária.

As contradições hoje no campo brasileiro em geral podem ser reconhecidas e estabelecidas a partir da luta de classe, ou seja, pela posição do capital, representada no campo pelo agronegócio e as resistências da classe trabalhadora, através dos movimentos de luta pela terra, dos sindicatos e da agricultura familiar.

Sabemos que o capital se sustenta pela propriedade privada e pelo lucro e para isso se pauta numa maneira de organiza a produção da vida, que se baseia na expropriação e exploração das forças produtivas, ou seja, da matéria prima, dos meios de produção e da força de trabalho.

No Brasil, a lógica capitalista industrial e bancária nacional e internacional entra no campo com mais ênfase na década de 60, com a Revolução Verde. Esta consistiu na mudança das bases tecnológicas da produção agropecuária, que passou a sustentar-se na dependência dos insumos industriais (máquinas, equipamentos, fertilizantes e venenos), constituindo-se num movimento que aliou propaganda, crédito, assistência técnica, armazenamento, comercialização e industrialização dos produtos – ou seja, uma estratégia de integração do campo à lógica industrial. Nos fins dos anos 70, já se percebia o esgotamento desta concepção de produção para o campo, pois as famílias começam a perder suas terras para o Banco ou leiloa-las para pagar a dívida. Momento propício para que os latifundiários adquirissem mais terras a baixo custo. Consequentemente temos uma ampliação do proletariado rural e o abarrotamento nos grandes centro urbanos com o êxodo rural.

Atualmente temos o agronegócio, que é o próprio latifúndio disfarçado, atualizado, que garante os princípios do sistema capitalista com suas as políticas neoliberais. Porém agora estamos na era da transgenia, ou seja, estamos também dependentes das sementes, além dos insumos industriais e da predominância do trabalho assalariado – quando se tem trabalho.

Na década de 80, com o agravamento da situação social e econômica no Brasil, os movimentos sociais do campo surgem e ressurgem com mais força e originalidade em suas formas de resistências, como o método das ocupações. Esses movimentos têm formas próprias de organização, porém em sua maioria pautam princípios como a coletividade, a solidariedades e a formação política para a construção de um novo projeto de nação capaz de gerir vida digna a todos.

Essa realidade do campo brasileiro e suas contradições apontam para projetos de sociedade que se confrontam. Um alicerçado na propriedade privada e na exploração das forças produtivas e, outros projetos pautados na justiça social e vida digna. Cada um desses projetos de sociedade exige um projeto educacional diferente.

Portanto, a formação dos educadores é estratégica para o projeto de recolonização do Brasil sob o marco do imperialismo. A Constituição Brasileira garante a todos o direito a educação o que significa que todos passam pelas escolas ou deveriam passar pela a orientação pedagógica dos educadores. A formação da classe trabalhadora no Brasil é atualmente uma das piores conforme dados divulgados pelo INEP. Os estudantes brasileiros estão entre as últimas posições na prova de leitura do Programa Internacional de Avaliação de Alunos, o Pisa. Nas provas de matemática o País é o penúltimo, ficando apenas em melhor posição que o Peru. Na média das três áreas avaliadas – leitura, matemática e ciências -, o desempenho brasileiro também ficou em penúltimo lugar. Os dados revelados pelo Pisa vêm confirmar a grave crise pela qual passa a educação brasileira.

O atraso escolar no Brasil é evidente nos altos índices de reprovação e abandono escolar, na desigualdade social, na baixa renda da população e na qualidade das escolas. A situação se agrava no campo porque as escolas são insuficientes ou então não correspondem em suas propostas pedagógicas às necessidades da formação do trabalhador do campo, conforme nos mostra os dados da Pesquisa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PNERA). Está questão coloca-se como um desafio para pesquisadores, gestores públicos e Movimentos Sociais que pretendem contribuir para o enfrentamento e superação das contradições postas para o desenvolvimento do campo hoje.

Consideramos o momento atual propício para avanços na discussão sobre a educação do campo. Pois, ao mesmo tempo em que a conjuntura revela uma maior complexidade para a atuação dos movimentos sociais, o campo está voltado à agenda do debate político no país, sendo parte da disputa de projetos políticos e de desenvolvimento do Brasil. Temos clareza que a partir do contexto hegemônico do projeto neoliberal e de seus ajustes estruturais – com sua política para educação rural/agronegócio, o Estado não tem como admitir concretamente a construção efetiva de um sistema público de educação do campo, podemos é acirrar as contradições.

Concordamos com Caldart (2004), que o desafio que se impõe hoje aos sujeitos da educação do campo é o da práxis: avançar na clareza teórica e de projeto para poder dar um salto de qualidade na luta política e nas práticas pedagógicas produzidas até aqui. É preciso significar o nome “Educação do Campo”, é preciso construir teórica e politicamente o conteúdo e a forma desta educação voltada a realidade e as necessidade do campo.

Para os diferentes movimentos sociais organizados do campo, a educação em qualquer modalidade, para ser promotora de inclusão social, deverá ser combinada com um conjunto de ações políticas, econômicas e culturais que ajam sobre modelo econômico. Desse modo a educação não pode ser vista fora do projeto histórico, que lhe é referência, como possibilidade superadora. A educação deve estar vinculada às causas, aos desafios, aos sonhos, à história e a cultura do povo trabalhador do campo e à Reforma Agrária. Nisto está em questão o tipo de escola, o projeto educativo que ali se desenvolve e o vínculo necessário dessa educação com estratégias específicas de desenvolvimento humano e social do campo e de sujeitos.

Caberá, sobretudo, a Universidade a participação ativa e igualmente comprometida nos processos que venham consolidar a reforma agrária, e contribuir através da pesquisa para a produção e sistematização de conhecimentos na área.

Nessa perspectiva, a Faculdade de Educação da UFBA, desenvolve duas ações importantes, a saber: 1) uma integrada ao Programa de Extensão Universitária desde 2001, oferece disciplina aos estudantes de diferentes áreas do conhecimento, denominada Ação Interdisciplinar em Área de Reforma Agrária (Atividade Curricular em Comunidade – ACC/ EDC. 456), desenvolvida pela Linha de Estudo e Pesquisa em Educação Física, Esporte & Lazer - LEPEL, fazendo parte de um Programa da Pró–Reitoria de Extensão da UFBA. A partir desta experiência vem-se constituindo uma ”outra” forma de pensar articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão, bem como a formação de professores. Este ACC tem sido relevante por sua característica interdisciplinar e pela temática abordada, o que traz a tona à discussão a cerca da questão agrária em dois sentidos, ou seja, tanto a contribuição e integração dos Movimentos Sociais para com a universidade como da Universidade para os Movimentos Sociais.

Nos assentamentos do Recôncavo Baiano encontramos problemas sociais e humanos extremamente complexos dados pela aproximação destes com os grandes centros urbanos da Bahia. Desse modo foram desenvolvidas atividades centradas em critérios qualitativos, interativos, interpretativos para compreensão dos Movimentos, seu processo formativo, problemáticas e demandas para Educação no campo.

2) a segunda ação foi o projeto de “Capacitação, alfabetização e escolarização de jovens e adultos em áreas de reforma agrária no Recôncavo Baiano” – PRONERA-UFBA. Esse projeto vem sendo concretizado no período de outubro de 2004 a dezembro de 2005 e necessita de continuidade, portanto é fundamental a execução do presente projeto para podermos dar seqüência ao processo já iniciado de elevação da escolaridade destes trabalhadores Sem Terra.

Na concepção dos Movimentso a Educação deve ser integrada, articulada ao debate político e às problemáticas do campo, espaço de formação de militantes para um processo de transformação social. A escola é redimensionada para participar do projeto social do campo, transformar as relações sociais como espaços de discussão para que se debatam os fundamentos de uma nova ordem de mudança, de valores e cultura da práxis, que se contraponham aos valores capitalistas e produza valores como solidariedade, justiça e igualdade.

Há uma compreensão da dimensão formadora fora da escola, no trabalho produtivo, na família, nas brigadas, nos assentamentos, nos acampamentos e em diferentes espaços da luta, nas diversas práticas sociais e na estrutura organizativa dos movimentos. Com isso não reduzem o espaço da aprendizagem apenas à escola, colocam a escola pública e a educação enquanto direito inalienável do ser humano, juntamente como o direito à saúde, a terra, ao crédito agrícola, etc.

Os Movimentos Sociais do Campo, principalmente o MST, têm destacado este ponto ao afirmarem que “o assentamento é nossa escola, e o MST nosso principal educador”. Portanto para o MST todo o movimento é educativo. Isso significa materializar, na escola uma capacidade crítica da realidade social e contraditória; referências essas sem as quais é inviável elaborar diretrizes curriculares que superem ao Projeto de Escolarização Capitalista.

No momento em que a UFBA engaja-se nas áreas de assentamentos e acampamentos do Recôncavo, através da experiência, tanto da ACC como do PRONERA, resgata-se um espaço gerador de possibilidades de atendimento de demandas sociais. Demandas como: a erradicação do Analfabetismo, elevação da escolarização, construção de espaços de esporte e lazer para a comunidade, formação política para todos os envolvidos, na perspectiva de desenvolver um projeto com o reconhecimento das características sócio-políticas, afetivas e culturais de cada grupo. Além de elaborar diferentes linguagens de expressão e comunicação; o desenvolvimento da habilidade da problematização; a utilização de fontes variadas de informação e a busca de conhecimentos necessários à compreensão da realidade e à articulação de ações coletivas.

Assim, estamos apresentando ao PRONERA um projeto de Educação de Jovens e Adultos, objetivando a continuação do processo de escolarização dos assentados e acampados do Recôncavo Baiano. Perspectivandoiano assentados e acampados do reconcavo unidade, formaçnuidade, portanto e na religiosidade. e compreendida. a educação como uma das práticas sociais que pode auxiliar o processo de elaboração de conhecimentos e aquisição das habilidades necessárias para a compreensão das situações reais vividas por indivíduos e grupos, e articular as ações coletivas no sentido da superação de problemas, possibilitando contribuir para a reforma Agrária e a transformação social.

2.2 - IDENTIFICAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ASSENTAMENTOS E ACAMPAMENTOS:

MST - Região Recôncavo

 




MUNICÍPIOS

ASSENTAMENTOS

ACAMPAMENTOS

1.SANTO AMARO

Bela Vista

Eldorado (Petinga)

Nova Suíça

Verificar

2. ÁGUA FRIA

Menino Jesus

Verificar

3. SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ

Majú

Panema

São Domingos

Verificar

 

Obs: Em todas as áreas de assentamento e acampamentos existe espaço disponível na comunidade para realização do projeto.

Obs 2: constatou-se a necessidade de: 10 baterias, 10 carregadores, 11 quadros, 11 apagadores, 11 filtros d’água. Além de muitos alunos terem problemas de visão, precisando de consulta e óculos.

 

MTD - Região Recôncavo

 



MUNICÍPIOS

ACAMPAMENTOS

1. CANDEIAS

Nova Esperança

2. CANDEIAS

Pitinga

3. SÂO FRANCISCO DO CONDE

Milton Santos

 

 

Obs: O Movimento Social em questão se responsabilizou em garantir local e infra-estrutura para a realização das aulas.

 

 

2.3 - CARACTERIZAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS DIRETOS

Demanda identificada dos assentamentos de reforma agrária para Projeto:

  • Número de escolarizandos I (1ª a 4ª série) – 300 alunos (200 do MST e 100 do MTD)

  • Número de turmas de escolarização (Aceleração I) – 15 turmas (10 do MST e 5 do MTD)

  • Número de escolarizandos II (5ª a 8ª série) – 50 alunos

  • Número de turmas de escolarização (Aceleração II) – 1 turma

 

3.0 - OBJETIVOS

3.1 - Geral:

Contribuir para formação, educação dos trabalhadores em área de assentamentos e acampamento de Reforma Agrária através da elevação da escolarização de jovens e adultos.

 

3.2 - Específicos:

  • Capacitar Monitores para atuarem em turmas de elevação da escolaridade de 1ª a 4ª séries de Jovens e Adultos em Áreas de Reforma Agrária;

  • Estabelecer mecanismos de interação entre as atividades de Ensino da Universidade e a realidade social concreta, mediante o envolvimento de professores e alunos da UFBA nas ações do Projeto;

  • Elaborar materiais didático-pedagógicos que subsidiem as ações educacionais nos diversos níveis de escolarização dos participantes do projeto.

  • Contribuir com a organização dos movimentos sociais para consolidação da Reforma Agrária.

  • Consolidar a resolução e as diretrizes da Educação do Campo.

 

4.0. - METAS E INDICADORES DE RESULTADOS

    1. - OPERACIONAIS

  • Assinatura do convênio;

  • Contatos diversos com lideranças dos assentamentos e respectivos movimentos, objetivando:

    1. Identificação dos coordenadores locais;

    2. Identificação e matrícula dos jovens e adultos;

    3. Seleção e cadastramentos dos monitores e coordenadores;

    4. Divulgação, esclarecimento às comunidades sobre os objetivos e funcionamento do projeto;

  • Formação da equipe UFBA/FACED, composta por: coordenação geral, coordenação pedagógica, professores e universitários e especialistas;

  • Seleção dos universitários;

  • Planejamento e preparação de curso de formação e encontros para formação de monitores, coordenadores e estagiários;

  • Preparação da equipe de estagiários e organização do trabalho a ser desenvolvido;

  • Seleção e aquisição de bibliografia para fundamentar as ações do programa;

  • Elaboração e aquisição de materiais didático-pedagógicos;

  • Complementação de escolaridade;

  • Planejamento das atividades do curso de escolarização;

  • Acompanhamento e monitoramento do programa;

  • Elaboração de relatórios técnico-científicos;

  • Publicação em periódicos científicos da experiência desenvolvida;

  • Participar das reuniões do Conselho do PRONERA;

  • Prestação de contas;

  • Elaboração do relatório final.

 

4.2 - INTERMEDIÁRIAS

4.2.1 - Escolarização (Aceleração I e II – segmento I e II)

  • Formação de 300 jovens e adultos assentados e acampados em área de Reforma Agrária do Recôncavo Baiano (MTD e MST) na Aceleração I (1ª a 4ª série – segmento I e II), durante 24 meses, com carga horária de 1400 horas, sendo 1000 horas de ensino presencial e 400 de ensino não-presencial;

  • Formação de 50 jovens e adultos assentados e acampados área de Reforma Agrária do Recôncavo Baiano na Aceleração II (5ª a 8ª série – segmento I e II), durante 16 módulos, com carga horária de 1800 horas, sendo 1400 horas de ensino presencial e 400 de ensino não-presencial;

  • Garantir a suplência com currículo e modos de funcionamento adequados às necessidades da população a qual se destinam com recursos pedagógicos, materiais e financeiros e corpo docente especializado.

  • Observar os mesmos princípios de formação político-pedagógica presente na proposta dos monitores.

 

4.2.2 - Formação dos Monitores da Escolarização I e Professores da Escolarização II

  • Formação de 15 monitores de 1ª a 4ª;

  • Garantir formação e reunião de planejamento com os professores da escolarização de 5ª a 8ª série.

  • Formação em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos;

  • Formar monitores que ajude na construção de um projeto de educação do campo, que valorize a educação popular, o mundo, o trabalho e a prática social;

  • Explorar as dimensões pedagógicas da cultura (ritos, gestos e símbolos) e da identidade do homem do campo;

  • Considerar a didática e as metodologias da educação popular e crítica-superadora para desenvolverem uma prática coerente com a realidade do campo;

  • Aprofundamento do conhecimento científico acumulado, das pesquisas e das metodologias;

  • Formar educadores para condutas de novas práticas pedagógicas na escola do campo;

  • Formação de educadores e educadoras do campo para colaboração da auto-organização do povo e das lutas pela democratização da escola.

  • Garantir no Programa as Diretrizes Operacionais da Educação Básica do Campo (Conselho de Educação Básica – CEB de 01 de abril de 2002);

  • Resgatar na escolarização a concepção de educação humana e de valores humanistas e socialistas;

  • Trazer para escolarização os saberes da militância dos Movimentos Sociais.

 

 

4.2.3 - Formação dos Coordenadores locais

  • Formação de 3 coordenadores de área para acompanhamento, orientação, planejamento e avaliação das ações, possibilitando a interlocução entre monitores e equipe FACED/UFBA.

  • Realizar encontros para formação dos coordenadores.

  • Observar os mesmos princípios político-pedagógicos presente na formação dos monitores.

 

4.3 - FINAIS

  • Assegurar o conhecimento da língua portuguesa e da reflexão crítica sobre sua utilização social, bem como a compreensão da realidade social e do mundo do trabalho a partir da ação interdisciplinar.

  • Reestruturar, criar e fortalecer uma parceria com as Secretarias Municipais de Educação dos diferentes Municípios participantes do projeto com a incumbência de promover a educação de jovens e adultos como política pública.

  • A partir da experiência, apresentar à Universidade e ao PRONERA uma proposta de um programa intensivo de formação de educadores do campo.

  • Organizar um sistema de informação e estatística e de divulgação das avaliações e dos resultados das ações político-pedagógicas.

  • Produção de textos monográficos em forma de relatório técnico-científico elaborados individualmente pela equipe de estudantes e com a coordenação.

 

4.4 – INDICADORES DE RESULTADOS

Neste aspecto, a Escolarização deverá provocar discussão de uma política de currículo aberto com desenvolvimento de atividades que promovam ações concretas para tomada de decisões e soluções de problemas reais. Abertos à realidade e à problemática do campo, com ênfase na reforma agrária e na cultura do campo. Imprimir nos cursos a dimensão histórica, para compreender os processos educacionais no contexto socioeconômico e político brasileiro. Escolarização I e II de jovens e adultos de áreas de reforma agrária.

 

5.0 - ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO

  • Criação de instrumentos de registro do acompanhamento e de avaliação do progresso dos estudantes e monitores, tais como: diário de campo, ficha individual, aplicação de diagnósticos inicial e final (de classe, caracterização dos estudantes, dos monitores e do município);

  • Avaliação interativa, participativa, descritiva dialógica considerando os objetivos definidos e assumidos coletivamente, considerando dimensões (cognitivas, processuais e atitudinais) na produção do conhecimento;

  • Visita de reconhecimento da equipe FACED /UFBA aos assentamentos;

  • Aplicação trimestral de diagnóstico da Língua Portuguesa pelos estagiários e monitores;

  • Realizar reuniões semanais com a equipe UFBA/FACED para planejamento e monitoramento do projeto;

  • Realização de reuniões periódicas dos professores universitários e especialistas para acompanhamento e orientações de estudo e ações dos estagiários;

  • Apresentação pelos estagiários de relatórios do trabalho de campo desenvolvido nas visitas aos assentamentos e acampamentos;

  • Visitas mensais dos estagiários da FACED/ UFBA as classes EJA;

  • Visita bimestral da coordenação geral para monitoramento do programa;

  • Realização de dois seminários interativos-avaliativos. Um, a ser realizado na Universidade e, outro a ser realizado no assentamento Eldorado do Município de Santo Amaro - Região do Recôncavo;

  • Registrar todo o monitoramento e avaliação do Programa.

6.0 - PROPOSTA PEDAGÓGICA E METODOLÓGICA

6.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

A leitura de mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele” (Paulo Freire)

 

Iniciamos com esse pensamento de Paulo Freire não só pelo seu forte componente de valoração da visão histórico-político-cultural, bem como pela referência explícita ao processo de leitura que é a porta de entrada para o sujeito educar-se. E finalmente, pela razão de que esse Projeto junto com as comunidades de Áreas de Reforma Agrária tem como base a escolarização de Jovens e Adultos. Nesse sentido, já nos colocamos claramente na direção de que o Currículo a ser desenvolvido nessas áreas deve ter como pano de fundo as relações sócio-históricas e sócio-político-culturais das comunidades e os planos mais gerais em âmbito do Estado e do País. Para isto é necessário que os canais de interação entre o corpo de trabalho das universidades, lideranças e bases comunitárias sejam estreitados na busca de um processo de identificação.

Nenhuma ação educativa pode prescindir de uma reflexão sobre o homem e de uma análise sobre suas condições sócio-culturais. Além do sujeito e sua contextualização, o processo educacional não pode deixar à margem aspectos relacionados à atualização da concepção de conhecimento, posicionamento crítico ante a ciência moderna e a questão sócio-ambiental do mundo atual.

No processo de conhecimento tomaremos entre outras referências os pensadores: Vygotsky e Paulo Freire. Eles deram contribuições significativas para a compreensão de como se dão o processo de conhecimento no indivíduo, e especificamente os dois primeiros, enfatizaram as relações entre esse processo e as condições de classe social dos sujeitos.

As contribuições de Vigotski serão mais bem explicitadas na metodologia quando nos reportaremos às técnicas por ela recomendadas ao processo de trabalho em educação para todas as áreas e, principalmente, às ligadas à aquisição da Língua.

Esses autores não só fundamentam a ação educativa, mas sugerem a sua prática (Freire e Vygotsky), através de atos que emergem da própria prática sócio-cultural do sujeito levando-se em conta a organização social na qual o mesmo está inserido.

 

O momento de maior significado no curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática, então duas linhas completamente independentes de desenvolvimento convergem (Vygotsky, 1991:27).

 

E ainda acrescenta que: “Quando nossos sujeitos adquiriram alguma educação e tiveram participação em discussões coletivas de questões sociais importantes, rapidamente fizeram a transição para o pensamento abstrato. Novas experiências e novas idéias mudam a maneira de as pessoas usarem a linguagem, de forma que as palavras tornam-se o principal agente de abstração e da generalização. Uma vez educadas, as pessoas fazem uso cada vez maior da classificação para expressar idéias acerca da realidade”.

Esse trabalho sobre a definição das palavras, quando acrescentado àquele sobre a classificação, leva-nos à conclusão de que os modos de generalização, típicos do pensamento de pessoas que vivem em uma sociedade na qual suas atividades são dominadas por funções práticas rudimentares, diferem dos modos de generalização dos indivíduos formalmente educados. Os processos de abstração e generalização não são invariáveis em todos os estágios do desenvolvimento sócio-econômico e cultural.

Como no processo de conhecimento está presente a relação com signos, principalmente quando se trata da aprendizagem da linguagem oral, escrita ou mesmo da matemática, elementos que estarão obrigatoriamente dentro do nosso trabalho, é importante levar em conta o que Vygotsky coloca sobre a importância dos mesmos; “o uso de signos conduz os seres humanos a uma estrutura específica de comportamento que se destaca do desenvolvimento biológico e cria novas formas de processos psicológicos enraizados na cultura”. (Vygotsky, 1991: 45).

A preocupação desse autor com a ligação entre o conhecimento e os aspectos sociais fica evidenciada de forma marcante em dois elementos que têm repercussões na prática educacional: o primeiro é o desenvolvimento de operação interna a partir de uma operação externa. O segundo, é o processo de desenvolvimento proximal.

 

Uma operação que inicialmente representa uma atividade externa é reconstruída e começa a ocorrer internamente. (...) Um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal. (...) A transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal é o resultado de uma longa série de eventos ocorridos ao longo do desenvolvimento. O processo, sendo transformado, continua a existir e a mudar como uma forma externa de atividade por um longo período de tempo, antes de internalizar-se definitivamente. (...) A internalização de formas culturais de comportamento envolve a reconstrução da atividade psicológica tendo como base às operações com signos (Vygotsky, 1991:64).

 

Se assim entendemos, o processo de conhecimento passa a ter um significado diferente daquele que considera a aquisição pelo processo de memorização de informações, resultando assim, na construção coletiva do conhecimento socialmente vivenciado.

Para o educador, essa concepção é especialmente importante, porque ele deixa de comportar-se como mero repassador de informações e passa a posicionar-se como construtor e orientador de ações para que o processo de construção do conhecimento se instale na classe.

Como as atividades do Projeto serão desenvolvidas em duas linhas em constante interação, que se alimentam mutuamente, quais sejam: a alfabetização de jovens e adultos e complementação de escolaridade dos monitores que se responsabilizarão pela orientação àqueles, torna-se necessário que incluamos nas preocupações com o processo que desejamos implantar. A mudança de concepção de como se constrói o conhecimento, vem interferir na análise do papel da ciência enquanto uma das formas de produção de conhecimento.

Nossa preocupação procede da forma pela qual a ciência ainda é trabalhada na escola, influenciada pelo experimentalismo, com uma visão laboratorial, enfaticamente nas ciências da natureza, determinista e de cunho preconceituoso com as demais formas de conhecimento, inclusive o do próprio aluno, originado no senso comum, que deve ser a base para a iniciação do trabalho com o conhecimento formal.

Por outro lado, o trabalho escolar em geral é realizado com outros componentes que devem ser alvo de modificações profundas, para se ajustarem à concepção de conhecimento da atualidade que deve promover a formação do sujeito dentro de uma visão totalizadora, que deve significar a inclusão no processo de formação do sujeito, da análise dialética de todas as relações envolvidas no problema em estudo, contrapondo-se, dessa forma, à percepção fragmentada de mundo e de conhecimento, desvinculação de conteúdo e forma, separação entre teoria e prática, ênfase na informação em detrimento da formação e a prática de sala de aula desvinculada da realidade sócio-política e cultural do educando.

Para nós, a educação deve ser desenvolvida enquanto processo de produção coletiva de conhecimento com significativa participação dos sujeitos na produção do seu saber e na do seu grupo social. O conteúdo deixa de ser fim, é um dos meios que o indivíduo - finalidade do processo - dispõe para formar-se enquanto pessoa e cidadão consciente de seu papel na transformação da sociedade.

Para formar o cidadão num processo de transformação social é preciso entender que a ciência é apenas um dos fatores que podem ajudar nessa tarefa, além de outras formas de conhecimento, bem como do trato das relações do sujeito com seu mundo natural e sócio-cultural. Para isto, é necessária a inclusão de outras áreas como a filosofia onde devemos buscar também o concurso de aspectos morais e ético-políticos para a formação do cidadão baseada em princípios e valores condizentes com os anseios da atualidade em termos de uma sociedade justa e equânime.

 

Todo este processo de formação da ciência moderna, que podemos caracterizar como sendo de desantropomorfização da natureza, coincidiu historicamente com o desenvolvimento do capitalismo e com a expansão ultramarina. Progressivamente, as transformações sociais, econômicas e políticas repercutiram na cultura geral da época e foram produzindo novos padrões de referência. Enquanto na Idade Média a religião e as escrituras eram os paradigmas de pensamento, na Idade Moderna será a ciência que ocupará o lugar de honra na cultura (Matallo Júnior. 1991: 31-32).

 

 

A ciência moderna, representada principalmente pelas ciências da natureza, passou a ser considerada como “superior” às demais formas de conhecimento. O desafio atual é redimensionar esta concepção mudando sua prática, principalmente no que diz respeito ao tratamento desse conhecimento na escola, desenvolvendo o espírito crítico-reflexivo dos indivíduos, no sentido de compreender o papel da ciência em sua formação e na estrutura econômico-política da sociedade.

 

Fundamentação Curricular

 

Na nossa proposta aponta claramente a direção do currículo a ser desenvolvido nesse projeto, ou seja, terá como pano de fundo, as relações sócio-históricas, políticas e culturais das comunidades e os planos mais gerais em âmbito de Estado e do País. Para isto é necessário que os canais de interação entre o corpo de trabalho das universidades, lideranças e bases comunitárias sejam estreitados na busca de um processo de identificação. Além do sujeito e sua contextualização, o processo educacional não pode deixar à margem aspectos relacionados à atualização da concepção de conhecimento, posicionamento crítico ante a ciência moderna e a questão sócio-ambiental do mundo atual.

Na escolarização, o conhecimento seja ele científico ou da prática social é dado pela ação dos homens sobre a natureza e da sociedade através do trabalho. Portanto o eixo de todo conhecimento é o trabalho humano.

Pretendemos desenvolver nossa proposta através do trato com o conhecimento, considerando uma outra forma de organizar o trabalho pedagógico e uma possibilidade de formação humana, tendo o trabalho como princípio educativo. Ciência que se desenvolve pelo trabalho humano através de diferentes linguagens e pela cultura. Isso corresponderá à articulação de três áreas do conhecimento que são:

- Linguagem e arte.

- Ciências humanas e sociais.

- Ciências da natureza e da Terra.

Para tanto, deverá contribuir com a unidade metodológica na base comum da formação do educador:

  • Teoria e prática

  • Historicidade

  • Fundamentação teórica

  • Compromisso social

  • Trabalho coletivos interdisciplinares

  • Gestão democrática e participativa

 

Concepção teórica-metodológica: educação popular na perspectiva crítica (ação-reflexão-ação), fundamentada na teria do conhecimento do materialismo histórico e dialético.

A partir desta concepção consideramos as características sócio-políticas, afetivas e culturais de cada grupo; apropriar-se de diferentes linguagens de expressão, comunicação e interação; o desenvolvimento de habilidades necessárias para reconhecer, apreender, problematizar, sistematizar e superar a realidade concreta a partir do confronto e contraposição entre o senso comum e o saber escolar; a utilização da pesquisa para a superação dos problemas encontrados, a utilização de fontes variadas de informação e a busca de conhecimentos novos e necessários à compreensão e superação da realidade através das articulações de ações coletivas, dignas de um Movimento de Resistência.

No trato com o conhecimento:

  1. A apropriação dos conteúdos pelos educandos deve ser entendida como direito ao acesso ao conhecimento historicamente construído pela humanidade. Esta apropriação consiste em dar subsídios aos educandos para criação de estruturas de pensamento que lhes permita a estruturação de uma nova sociedade que valorize o trabalho coletivo e suas formas de organização;

  2. Identificar a proposta no contexto social dos educandos, ou seja, quais são as aprendizagens sociais significativas para o contexto.

  3. Considerar os dados da realidade.

  4. A relevância social dos conteúdos, articulando com o projeto da classe social do conjunto dos seus estudantes.

  5. Contemporaneidade dos conteúdos.

  6. Adequação as possibilidades sócio-cognitivas dos envolvidos.

  7. Aprofundar-se no conhecimento das bases teóricas.

  8. Interdisciplinaridade – transversalidade.

 

Metodologia:

  1. Considerar na metodologia as problemáticas significativas do processo de ensino aprendizagem como a organização do trabalho pedagógico, o trato com o conhecimento, o tempo pedagógico necessário para as aprendizagens, os objetivos critérios para seleção de técnicas.

  2. Ser pesquisador permanente.

  3. As condições de trabalho para a produção de conhecimentos.

  4. Alterar o processo de trabalho sempre que necessário.

  5. Desenvolvimento metodológico fundamentado teoricamente.

  6. Prática pedagógica qualitativamente comprometida.

  7. Metodologia probletizadora e crítico-superadora.

 

ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Os professores formadores FACED/UFBA, a partir do projeto anterior, selecionaram em conjunto com os monitores alfabetizadores e da escolarização I e estudantes da escolarização II o conhecimento científico e social a ser trabalhado, de acordo com as problemáticas significativas levantadas e discutidas para está população. Bem como, a organização do trabalho pedagógico, respeitando os princípios democráticos, participativos, dialógicos. Neste sentido toda a construção deverá ser coletiva.

A organização de todo trabalho pedagógico será estruturada através dos Complexos Temáticos (Pistrak, 2000). Esses complexos temáticos e suas problemáticas significativas foram levantados e discutidos na primeira capacitação do projeto 2004/2005 juntamente com os monitores e coordenadores do MST e a equipe da UFBA, levando em conta a realidade concreta destes sujeitos.

A partir do levantamento dos Complexos Temáticos e das problemáticas significativas temos:

 

OBJETIVO GERAL: Desenvolver o pensamento teórico-científico nos jovens e adultos das áreas de reforma agrária que participam deste projeto.

 

Complexo Temático I: O Trabalho do Homem na Terra

Fenômenos Sociais – O homem e o trabalho na terra como fenômenos encadeados por múltiplas relações a toda uma série de outros fenômenos análogos, enraizados na vida social e que contribuem para determiná-la:

    1. A terra como espaço social submetido à luta de classes;

    2. O homem como ser socialmente indispensável;

    3. O trabalho livre e o trabalho dependente. As formas/significados sociais do trabalho;

    4. A busca de soluções sociais – O Movimento do MST.

 

Complexo Temático II: Os Frutos do Trabalho do Homem

Fenômeno Social – A terra e o trabalho do homem como processo de produção material e social da vida, que contribuem para determiná-la:

  1. A terra e os recursos naturais (solo, vegetação, relevo, clima) como recursos para a produção material e social da vida;

  2. O Meio ambiente e os impactos ambientais na relação homem/natureza.

  3. As técnicas do trabalho como forma de apropriação e criação dos meios de existência do homem;

  4. A importância da agricultura e das tecnologias para a produção da vida;

  5. As formas de troca e comercialização dos produtos produzidos;

  6. Os diferentes espaços econômicos, os problemas sociais destas diferentes atividades;

  7. Algumas alternativas econômicas e sociais: cooperativismo, associativismo;

 

Complexo Temático III: A Vida em Movimento

Fenômeno Social: A terra, o trabalho do homem e sua produção material e social determinam suas relações sociais e culturais que possibilitam o movimento da vida. Ao estarmos inseridos num movimento social de resistência essa construção do movimento do Movimento deve ser permanente, crítica e criativa:

a) A migração – forma de buscar assento, identificação social e condições determinadas de produção da vida;

b) A colheita como fruto do trabalho e das relações estabelecidas;

c) Os festejos e as tradições do campo como produção cultural da vida;

d) Identificação e reconhecimento de sua classe social e seus conflitos no momento atual (desemprego, fome, agronegócio, estrutura de saneamento, saúde e educação).

e) A luta pela Terra como Movimento permanente de construção da vida – organização da luta e dos assentamentos e acampamentos.

 

 

 

 

A partir desta estruturação – Complexo Temático e eixos significativos – distribui-se o currículo base nacional mínimo de cada disciplina, levando sempre em consideração os nexos, as relações e as contribuições deste conhecimento historicamente construído para responder e tentar superar a problemática em questão. Em anexo segue as propostas e ementas de trabalho para as disciplinas,respeitando as orientação da Lei e dos PCN’s.

 

Avaliação:

Pergunta científica: em que medida as ações formativas tem contribuído para reelaboração do conhecimento e da experiência dos trabalhadores?

A avaliação coerente com o processo educativo que estamos propondo deve ser continua, processual, acumulativa, diagnóstica, construtiva partindo da crítica e auto-crítica tanto do indivíduo, quanto do grupo e do processo de trabalho, contribuindo para o planejamento e construção coletiva de todas as ações do projeto e da proposta pedagógica já explicitada.

 

 

6.2 - OPERACIONALIZAÇÃO

O desenvolvimento deste projeto requer uma organização e base logísticas precisas, aliadas a uma metodologia adequada às finalidades e princípios aos quais devem estar subordinadas. Nesse sentido é que apresentamos o detalhamento das ações do projeto, a partir da metodologia a ser utilizada.

 

6.2.1 - PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

Será tomado como princípios na metodologia do projeto, a categoria da totalidade dialética, o trabalho enquanto elemento do processo educativo, bem como o respeito à vida como referencial ético na análise das relações envolvidas na questão ambiental, tema que deve transversalizar as atividades do currículo em estudo.

O marco principal de nossa metodologia é que o aluno será sujeito ativo na construção coletiva do conhecimento.

Deverão fazer parte também da metodologia, ações presenciais e à distância,.

Bem como:

  • Estruturação do grupo de professores universitários responsáveis pela execução do Projeto na Região;

  • Levantamento de informações sobre a localidade onde será desenvolvido o Projeto, tais como: nome dos monitores, nível de escolaridade, condições de funcionamento das aulas de 1ª a 4 ª série, nome do coordenador local, dentre outras;

  • Seleção de estudantes que trabalharão no Projeto;

  • Indicação, pelos movimentos sociais, dos coordenadores locais;

  • Recrutamento e seleção de professores especialistas, pela coordenação do Projeto, que atuarão na área de complementação de escolaridade;

  • Organização e distribuição das equipes de trabalho para a Região;

  • Realização de Seminário Interno com participação dos professores e estudantes universitários, no sentido de discutir-se a fundamentação, metodologia e a prática a ser desenvolvida no campo de forma a assegurar a unidade de trabalho;

  • Planejamento das atividades previstos para a Região mediante princípios e pressupostos estabelecidos no Projeto;

  • Oficinas de sensibilização nas áreas onde serão implementadas salas de aulas, sobre a importância do ato de ler as palavras e o mundo para diagnosticar o conhecimento dos alunos.

 

6.2.2 - ATIVIDADES DE EXECUÇÃO

a) Cursos:

  1. Escolarização (Aceleração II - 5ª a 8ª Série) para assentados e/ou acampados que desejem participar do processo, mediante avaliação do nível a ser cursado;

  2. Escolarização (Aceleração I – 1ª a 4ª Série) para assentados e acampados que desejem participar do processo, mediante avaliação do nível a ser cursado;

  3. Capacitação do Monitores da Escolarização (Aceleração I - 1ª a 4ª Série).

 

b) Acompanhamentos:

  • Do processo de escolarização (Aceleração II - 5ª a 8ª Série) para assentado e/ou acampado;

  • Do processo de escolarização (Aceleração I – 1ª a 4ª Série) para assentados e acampados que desejem participar do processo.

 

c) Editoração de materiais didático-pedagógicos para Capacitação e Escolarização de Jovens e Adultos.

 

6.2. ESCOLARIZAÇÃO (Aceleração II – 5ª A 8ª Série)

 

A escolarização (Aceleração II - 5a. a 8a. Série – segmento 1 e 2) pretende contribuir com a formação de 50 jovens e adultos assentados e acampados área de Reforma Agrária do Recôncavo Baiano, durante 20 meses, com carga horária de 1800 horas, sendo 1400 horas de ensino presencial e 400 de ensino não-presencial;

Antes do oferecimento do curso será realizado um levantamento para identificar os interessados que já possui a 4a série completa do Ensino Fundamental.

A escolarização se dará dentro da atual legislação, no que se refere não só à Educação de Jovens e Adultos, bem como do ensino a distância, levando em conta a proporcionalidade de atividades presenciais e a distância e a certificação se dará pela Secretaria Estadual de Educação.

 

6.3. ESCOLARIZAÇÃO (Aceleração I - 1 ª a 4ª Série)

 

A escolarização (Aceleração I - 1a. a 4a. Série – segmento 1 e 2 ) pretende contribuir com a formação de 300 jovens e adultos assentados e acampados em área de Reforma Agrária do Recôncavo Baiano (200 do MST e 100 do MTD), durante 24 meses, com carga horária de 1400 horas, sendo 1000 horas de ensino presencial e 400 de ensino não-presencial;

Antes do oferecimento do curso será realizado um levantamento para identificar os interessados que já possuem a alfabetização. A escolarização estará dentro da atual legislação, no que se refere não só à Educação de Jovens e Adultos, bem como do ensino a distância, levando-se em conta a proporcionalidade de atividades presenciais e a distância e a certificação se dará pela Secretaria Estadual de Educação.

 

6.4. CAPACITAÇÃO DOS MONITORES DA ESCOLARIZAÇÃO (Aceleração I – 1ª a 4ª Série)

Sujeitos: monitores que possuam magistério ou ensino médio completo, escolhidos pelas lideranças de cada Área de Reforma Agrária.

Carga horária: 440 horas

Período previsto: 24 meses

Procedimentos: A formação dos monitores/escolarizadores e coordenadores locais será desenvolvida para que estes possam atuar no processo da Escolarização (Aceleração I – 1ª a 4ª – segmento 1 e 2 ) cumprindo o papel de capacitação e atualização dos 15 monitores.

Terá uma carga horária total de 440 horas com ações intensivas e em serviço, tendo também um seminário de sistematização da prática pedagógica e do trato com o conhecimento, com a finalidade de dar continuidade ao seu processo de formação, mediante os princípios ético-políticos da liberdade, solidariedade, respeito e compromisso com a coletividade.

Esquematicamente estamos prevendo:

    1. 2 curso intensivo de formação com duração de 100h (10 dias – 10h por dia) cada um, a ser realizada no Centro de Formação do Assentamento Eldorado. Este deverá acontecer antes de iniciarmos as aulas nos assentamentos e acampamentos. Esse curso prevê: discussão e compreensão dos complexos temáticos a serem desenvolvidos no ano, reforço de conteúdos pertinentes a serem ensinados, construção de recursos didático-metodológicos para desenvolver o trabalho, construção da concepção didático-pedagógica e organizacional do ensino, considerando os pares dialéticos: objetivos/avaliação, conteúdo/método, unidade metodológica, organização e auto-determinação dos sujeitos (Freitas, 1995).

    2. 4 capacitações com duração de 60h (6 dias – 10h por dia) cada uma, a ser realizada no centro de Formação do Assentamento Eldorado. Deve acontecer 2 por ano, de acordo com cronograma do projeto que segue neste projeto. Essa capacitação prevê: avaliação do trabalho desenvolvido, levantamento das dificuldades, planejamento e instrumentalização para superação das dificuldades e implementação do projeto, rediscussão e compreensão dos complexos temáticos a serem desenvolvidos, reforço de conteúdos pertinentes a serem ensinados, construção de recursos didático-metodológicos para desenvolver o trabalho, processo de avaliação (processual da aprendizagem e do projeto em geral).

    3. 2 Seminários de Avaliação com duração de 30h cada um (3 dias com 10h por dia), deverá acontecer no início de dezembro do primeiro ano de projeto e ao final do projeto. O primeiro seminário tem a finalidade de discutir os processos avaliativos e os instrumentos de avaliação da aprendizagem do aluno. E o segundo seminário tem por objetivo avaliar a aprendizagem dos alunos e o projeto como um todo.

Para tanto a capacitação se dará dentro da atual legislação, no que se refere não só à Educação de Jovens e Adultos, bem como do ensino a distância, levando-se em conta a proporcionalidade de atividades presenciais e a distância e a certificação se dará por parceira com a Secretaria Estadual de Educação e/ou com Secretarias Municipais de Educação.

6.5 - MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE ESCOLARIZAÇÃO

a) Curso de escolarização aceleração I - 1a à 4Série do ensino fundamental – Segmento 1 e 2

Carga horária:

- 1000 horas de atividades presenciais (em 2 anos letivos, 1º ano: 1ª e 2ª séries; 2º ano: 3ª e 4ª séries)

- 400 horas de atividades não-presenciais





Áreas de Estudo e distribuição da carga horária

Área

Carga Horária

Presenciais

À distância

Total

Língua Portuguesa

300 h

80

380

Matemática

300 h

80

380

Ciências Naturais

100 h

60

160

História

100 h

50

150

Geografia

100 h

50

150

Artes/Cultura Corporal

100 h

80

180

TOTAL

1000 h

400

1400

 

b) O Curso de Escolarização II corresponde ao Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série – segmento 1 e 2

Carga horária:

- 1400 horas de atividades presenciais (em 2 anos letivos, 1º ano: 5ª e 6ª séries; 2º ano: 7ª e 8ª séries)

- 400 horas de atividades não-presenciais

 

 





Professor Especialista

Horas aula presencial

Horas aula não presencial

Horas aula total

Verônica (Português)

275

40

315

Myna (Matemática)

275

40

315

Myna (Biologia)

150

40

190

Claudio(Geografia)

150

40

190

Djacira/Claudio (Hist)

150

40

190

João Santana (Arte)

80

40

120

Ademar (Filosofia)

80

40

120

Marise (Sociologia)

80

40

120

Adenilsa (Espanhol)

80

40

120

Erika (Ed. Física)

80

40

120

TOTAL

1400

400

1800

 

A lei estabelece que sejam 1600 h/a, sendo que h/a não presencial não pode ultrapassar a 50% da carga horária total.

 

Observação: o trabalho nas diversas disciplinas se dará mediante processo interdisciplinar, tomando-se as problemáticas significativas como instrumento, no sentido da busca da visão de totalidade.

 

6.6 - PROFESSORES RESPONSÁVEIS PELAS DISCIPLINAS NOS DOIS CURSOS

 

Coordenadores Geral:

Orientador Geral: Profª. Dra. Celi Nelza Zülke Taffarel

Coordenadora: Prof. Esp. Myna Lizzie O. Silveira

Professores Especialistas e Formadores:

Profª. Dra. Celi Nelza Zülke Taffarel

Prof. Esp. Myna Lizzie O. Silveira (Ciências naturais e matemática)

Prof. Esp. Djacira Araújo (História)

Ademar Bogo (Filosofia)

Prof. Drndo. Claudio Eduardo Felix (Geografia e História)

Prof. Esp. Verônica de Santana (Pedagogia e Português)

Prof. Esp. Adenilsa Monteiro (Espanhol)

Profª. Ms. Erika Suruagy (Cultura Corporal)

Prof. João Santana (artes)

Profª. Drnda. Marise Carvalho (Sociologia)

Profª. Drnda. Adriana D´Agostini

Profª. Dra. Micheli Ortega Escobar

 

6.7 - FUNCIONAMENTO DOS CURSOS

  • Os cursos de Escolarização (Aceleração I – 1ª a 4ª série – segmento 1 e 2) de Jovens e Adultos nas localidades funcionarão de 2ª a 6ª feiras, das 18 às 20 horas, perfazendo 20 horas/aula semanais. Ou, de acordo com as Diretrizes do Campo, se organizará um calendário adequado para a realidade do campo que cumpra as horas estabelecidas neste projeto.

  • O curso de Escolarização (Aceleração II – 5ª a 8ª série – segmento 1 e 2) será desenvolvido em forma de módulos, ou seja, 16 módulos com 7 dias cada módulo (acontecendo um por mês) sendo 8 módulo para o segmento 1 e 8 módulo para o segmento 2 (acontecendo um por mês). No final de cada encontro, os participantes receberão as tarefas a serem realizadas à distância, com a carga horária a ser considerada, proporcional ao total de horas para a realização da atividade;

 

 

 

6.8- ELABORAÇÃO DE MATERIAS

A partir do curso de formação dos monitores, se construirá o material didático coletivamente, ou seja, entre a equipe da UFBA e os monitores, pois acreditamos que o material necessário para consolidação da educação do campo deve ser contextualizada e significada a partir da realidade identificada, analisada e compreendida. Portanto, a partir deste primeiro passo se construirá, por exemplo: apostila orientadora do trabalho, textos complementares para trabalho em sala de aula, roteiros de atividades, recursos didáticos necessários para facilitar a aprendizagem, dentre outros.

 

6.9 - AVALIAÇÃO

Não se caracteriza propriamente como uma etapa, pois acontecerá durante todo o processo subsidiando a mobilização dos participantes no processo educativo e flexibilizando o trabalho em todos os níveis.

Devem ser analisados no sistema avaliativo, o processo e o produto de cada segmento e do projeto em seu todo, desde suas metas até o próprio sistema de avaliação nele utilizado.

Para facilitar a avaliação e acompanhamento da aprendizagem do estudante sugerimos uma pasta do estudante contendo: documentação pessoal, ficha de acompanhamento (elaborada coletivamente no curso de formação), parecer do professor, trabalhos realizados pelo aluno.

O produto final das avaliações deverá constar de relatórios parciais e finais que serão encaminhados às instâncias competentes de acordo com as normas estabelecidas pela instituição financiadora do Projeto.

 

7. CRONOGRAMA

Cronograma.pdf

 

8. Recursos Financeiros

8.1 Cálculo básico do recurso a ser recebido




Especificação

Valor unitário

total

300 alunos de EJA séries iniciais

R$ 900,00 x 2 anos

R$ 540.000,00

50 alunos de EJA séries finais

R$ 1.000,00 x 2 anos

R$ 100.000,00

TOTAL DO PROJETO

 

R$ 640.000,00

 

8.2 Orçamento para execução do projeto

Cursos de formação (x2) (25 pessoas – 10 dias) –




Especificação

Valor unitário

Valor total

alimentação e hospedagem

R$ 30,00

R$ 15.000,00

material consumo

 

R$ 5.000,00

pagamento de autônomo (200h/a)

R$ 40,00

R$ 8.000,00

transporte

R$ 40,00

R$ 1.000,00

xérox (10.000 cópias)

R$ 0,10

R$ 1.000,00

TOTAL

 

R$ 30.000,00

 

Capacitações (x4) (25 pessoas – 6 dias) –




Especificação

Valor unitário

Valor total

alimentação e hospedagem

R$ 30,00

R$ 18.000,00

material consumo

 

R$ 4.000,00

pagamento de autônomo (210h/a)

R$ 40,00

R$ 8.400,00

transporte

R$ 40,00

R$ 1.200,00

xérox (10.000 cópias)

R$ 0,10

R$ 1.000,00

TOTAL

 

R$ 32.600,00

 

Seminário de avaliação (X2) (25 pessoas – 3 dias)




Especificação

Valor unitário

Valor total

alimentação e hospedagem

R$ 30,00

R$ 4.500,00

Material de consumo

 

R$ 1.000,00

pagamento de autônomo (30h/a)

R$ 40,00

R$ 1.200,00

transporte

R$ 40,00

R$ 1.000,00

xérox (10.000 cópias)

R$ 0,10

R$ 1.000,00

TOTAL

 

R$ 8.700,00

 

Escolarização I (24 meses – 20 meses de aula)




Especificação

Valor unitário

Valor total

15 bolsas – monitores

R$ 500,00

R$ 150.000,00

2 bolsas - coordenadores locais

R$ 500,00

R$ 20.000,00

2 bolsas – estagiários

R$ 500,00

R$ 20.000,00

bolsa coordenador pedagógico

R$ 1.800,00

R$ 36.000,00

material didático (300 kit alunos) (x2)

R$ 50,00

R$ 30.000,00

material didático (15 kit escolas) (x2)

R$ 100,00

R$ 3.000,00

Transporte/hospedagem/alimentação para acompanhamento

R$ 250,00

R$ 10.000,00

10.000 fotocópias

R$ 0.10

R$ 1.000,00

Material de consumo

 

R$ 5.900,00

TOTAL

 

R$ 275.900,00

 

Escolarização II (16 módulos de 7 dias)




Especificação

Valor unitário

Valor total

alimentação e hospedagem (50 pessoas)

R$ 30,00

R$ 168.000,00

material didático (100 Kit aluno)

R$ 50,00

R$ 5.000,00

material didático (2 kit escolas)

R$ 200,00

R$ 400,00

pagamento de autônomo (1600h/a)

R$ 40,00

R$ 64.000,00

Transporte (60 pessoas)

R$ 40,00

R$ 38.400,00

xérox (10.000 cópias)

R$ 0,10

R$ 1.000,00

Material de consumo (16 módulos)

R$ 1.000,00

R$ 16.000,00

TOTAL

 

R$ 292.800,00

 

TOTAL DE GASTOS



Especificação

Valor total

Curso de Formação

R$ 30.000,00

Capacitações

R$ 32.600,00

Seminários de Avaliação

R$ 8.700,00

Escolarização I

R$ 275.900,00

Escolarização II

R$ 292.800,00

TOTAL

R$640.000,00

9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ANDERY, Maria Amália. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: EDUC, 2001.

ARROYO, M. G. Trabalho- Educação e Teoria Pedagógica. In: FRIGOTTO, G. (Org.) Educação e Crise do Trabalho: perspectivas de final de século. 2ª ed. Petrópolis: Vozes,1998 (págs. 138-165)

BENJAMIM et alli. A Opção Brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998, 208p.

BRACHT, Valter. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo...capitalista. In: Revista Brasileira de Ciências do Esporte/CBCE, V. 7, 1986.

BOGO, Ademar. Lições da luta pela terra. Salvador, 1999.

CALDART, Roseli. Pedagogia do Movimento dos Sem Terra. Petrópolis: Vozes,1999.

CHEPTULIN, A . Dialética materialista histórica. As categorias e leis da dialética. São Paulo: Alfa-Omega, 1982.

CHAUÍ; Marilena. Convite à filosofia. São Paulo:Ática, 1995.

COGIOLLA, O. A Crise Capitalista e a Universidade Brasileira. XVII Congresso do ANDES/SN (Fevereiro de 1998) (mimeo.)

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

DEMO, Pedro. Pesquisa e construção do conhecimentoRio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994.

ENGELS, Friedrich. Do socialismo Utópico ao Socialismo Científico. Rio de Janeiro: Edições Horizonte, 1945.

FERNANDES, B. M. A formação do MST no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2000.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

_______. Educação como prática da liberdade. 18ª ed. Rio de janeiro: Paz e Terra,1987.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e Crise do Trabalho: perspectivas de final de século. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Os Delírios da Razão: Crise do Capital e Metamorfose no Campo Educacional. In: GENTILI, Pablo(Org.) Pedagogia da Exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. Petrópolis: Vozes, 1995.

JAMESON; Frederic. (1997). Pós-Modernismo: a Lógica cultural do capitalismo tardio. 2 ed. São Paulo: Ática.

KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. 4ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

KUENZER, A. Desafios Teóricos Metodológicos da Relação Trabalho-Educação e o Papel Social da Escola. In: FRIGOTTO, G. (Org.) Educação e Crise do Trabalho: perspectivas de final de século. 2ª ed. Petrópolis: Vozes,1998 (págs. 55-75)

LOWY, Michel. Método dialético e teoria política. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

MATALLO JÚNIOR, Heitor. 1991. In CARVALHO, Maria Cecília M. de. Construindo o Saber. 3ª Ed. S. Paulo. Papirus

MARX, Karl. e ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã (Feuerbach). 11ª ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O Desafio do Conhecimento. São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco, 1996.

MORISSAWA, M. A história da luta pela terra e o MST. São Paulo: Expressão Popular, 2001.

PLEKHÂNOV, G. A Concepção Materialista da História. 2ª ed. Rio de Janeiro: Vitória, 1963 (págs.9-35).

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 32ª ed. Campinas: Autores Associados, 1999.

___________. Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. 5ª ed. São Paulo: Autores Associados/Cortez Editora, 1985.

SOUZA; João Francisco de. Uma pedagogia da revolução. São Paulo, Cortez, 1987.

TAFFAREL, Celi N. Z. A formação do educador: o processo de trabalho pedagógico e o trato com o conhecimento no curso de Educação Física. Campinas, SP, UNICAMP (Tese de Doutorado) FE/UNICAMP, 1993.

TITTON, MAURO. Organização do trabalho pedagógico na formação de professores do MST: realidade e possibilidades. Dissertação de Mestrado. Salvador: UFBA, 2006.

VYGOTSKY, L. S. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. 3ª Ed. S. Paulo. Ícone, 1988.

________. A Formação Social da Mente. S. Paulo. Martins Fontes, 1991.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANEXOS 1

EMENTAS CURRICULARES POR DISCIPLINA DA ESCOLARIZAÇÃO II – 5ª A 8ª SÉRIES –

A SER DESENVOLVIDOS NOS 1 E 2 SEGMENTOS

 

 

Matemática

Professora: _______________________

 

Ementa: Confrontar o saber popular (bagagem matemática que os Jovens e Adultos já possuem) com o conhecimento escolar sobre educação matemática. Para isso é preciso dar oportunidade para que os alunos exponham suas idéias matemáticas, seus modos de resolver os problemas que a realidade lhes apresenta e lhes mostrar outras formas de resolver esses mesmos problemas. Portanto é fundamental dar sentido aos números, pois eles fazem parte organicamente da nossa vida.

 

Conteúdos: Os conteúdos mínimos segundo os PCN’s serão trabalhados neste projeto de acordo com as necessidades em torno das problemáticas/realidade dos Jovens e Adultos e dos Complexos Temáticos já expostos acima. Os conteúdos mínimos são:

 

  • Conjuntos

  • Números naturais

  • Números inteiros

  • Números racionais

  • Números irracionais

  • Números reais

  • Razões e proporções

  • Regra de três simples e composta

  • Sistema métrico decimal

  • Áreas

  • Ângulos

  • Potências e raízes

  • Equações e sistemas do 1º grau

  • Equações e sistemas do 2º grau

  • Funções

  • Noções de estatística

 

ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS

 

 

PROFESSORA: ___________________________

 

Nossa perspectiva será sempre no sentido de um trabalho escolar que respeite as diversidades culturais e étnicas, que se constitua em referência para a comunidade, que seja espaço de criação e difusão cultural, permitindo que esses sujeitos apropriem-se do espaço público e dos conhecimentos que nele se produzam. Esperamos que essa experiência educacional seja voltada para a humanização das relações sociais, políticas e se insiram no mundo a partir de valores como a cooperação, o respeito e a solidariedade.

Assim, propomos, nesse trabalho, a construção de uma Proposta Pedagógica que tenha a Educação Ambiental como eixo temático para trabalharmos os conteúdos de Ciências Naturais, em todas as séries que compõem o Ensino Fundamental da (5ª à 8ª série) por esta apresentar discussões pertinentes a diferentes áreas científicas, desde as Ciências Naturais às Ciências Sociais, o que abre um leque de possibilidades de conteúdos que podem ser discutidos interdisciplinarmente em sala de aula.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS

A sociedade incorpora de tal forma a ciência e a tecnologia que é impossível à compreensão do mundo sem conhecê-las. Nos últimos anos, devido à necessidade de levar em conta a relação escola-sociedade e a problemática de preservação do meio ambiente, o ensino das Ciências precisou associar questões de natureza científica, tecnológica, ambiental, de identidade do ser humano, de cidadania e de cultura.

Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada a forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não podem ser ignorada no ensino de Ciências. (...) É preciso destacar que a produção em ciência/tecnologia é fortemente direcionada por políticas de desenvolvimento” (Delizoicov, 2002, pg. 68-69). Com isso, emergiu uma redefinição dos seus objetivos, conteúdos e formas de trabalho, no intuito de responder às novas características da sociedade moderna e à conseqüente função que a escola deve desempenhar nesta sociedade. Assim, o ensino de Ciências configura-se como uma compreensão da realidade, desde os limites do cotidiano dos estudantes até a totalidade do ambiente terrestre.

Neste novo contexto, a produção de programas pela justaposição de conteúdos de biologia, física, química e geo-ciências começa a ser questionada e é proposto um ensino que integre os diferentes conteúdos buscando-se um caráter interdisciplinar, o que tem representado importante desafio para a didática da área.

As propostas curriculares, encaminhando soluções para este desafio, são principalmente duas. Primeiro, a seleção e o tratamento de temas - como por exemplo "ambiente" ou "água" - sob o enfoque dos diferentes campos do conhecimento científico. Segundo, a estruturação dos conteúdos da área segundo conceitos reconhecidos no conjunto do conhecimento científico como de interesse geral, tais como "transformação", "energia", "matéria", "sistema", "tempo" e "espaço". (Brasil, MEC, 1996).

Desta forma, pode-se ter uma organização curricular integrando ciência-tecnologia-sociedade, em que sejam abordados temas como: a Ciência enquanto instituição, conhecimentos básicos por ela produzidos, seus produtos tecnológicos e formas de utilização, o processo de produção científica e suas implicações junto à humanidade e ao meio ambiente.

O processo de seleção e organização de conteúdos para o ensino de Ciências precisa considerar, antes de tudo, o que de significativo trará esta área para a construção da identidade dos sujeitos e da cultura na qual se insere, como também, ser estabelecidos critérios ajustados aos objetivos gerais da área e aos fundamentos. Assim, é preciso considerar que:

  1. Os conteúdos devem ser relevantes de um ponto de vista sócio-cultural, isto é, devem se constituir em conteúdos que capacitem o aluno a se desenvolver como sujeito que compreende as relações entre ciência e sociedade, entre o homem e a natureza – algumas delas mediadas pela tecnologia, expressas em seu cotidiano e no planeta Terra;

  2. Os conteúdos compreendem fatos, conceitos, procedimentos, atitudes e valores compatíveis com o nível de desenvolvimento intelectual do aluno, de maneira que ele possa operar com tais conteúdos e avançar efetivamente nos seus conhecimentos;

  3. Os conteúdos devem favorecer a construção da noção de mundo como um todo relacionável do qual o homem é agente de transformação.

EMENTA:

5a série: O estudo Universo. Tecnologias utilizadas para pesquisa espacial. Estudo da estrutura e organização do planeta Terra. Saneamento básico. Escassez de recursos hídricos, energéticos. Poluição da água, solo, ar e doenças associadas. Manejo e produção agropecuária (culturas de subsistência). Recursos energéticos naturais e artificiais.

6a série: O estudo da Evolução das espécies de seres vivos. Classificação taxonômica dos seres vivos. Biotecnologia vegetal e animal. Introdução à organização celular. DNA. Produção de alimentos transgênicos. Monopólio dos alimentos. Biodiversidade dos seres vivos.

7a série: Funcionamento e anatomia corporal. Sistema circulatório. Sistema Nervoso (alcoolismo e tabagismo). Sistema Respiratório, Sistema Circulatório (e Imunológico), Sistema Digestório (alimentação equilibrada, transtornos alimentares, fome), Sistema Excretor e Urinário. Sistema Endócrino. Sistema Reprodutor Feminino e Masculino. Fisiologia da Reprodução e da Gestação. DSTs.

8a série: Matéria (propriedades e transformações). Conceito de átomo e moléculas. Identificação de substâncias e suas propriedades. Energia. Relação entre a transformação da Natureza e a produção tecnológica e científica.

4. OBJETIVOS COMUNS À ÁREA DE CIÊNCIAS

O ensino de Ciências deverá se organizar de forma que os alunos possam desenvolver as seguintes saberes:

  1. Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive;

  2. Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica;

  3. Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;

  4. Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

  5. Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;

  6. Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva de conhecimento;

  7. Compreender a saúde como um bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva;

  8. Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem.

 

 

 

 

 

 

Disciplina História

 

Professor: _________________________

 

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE HISTÓRIA

A história do ensino de História é por si mesma uma forte evidência do atrelamento da educação aos ideais políticos e econômicos. Foi no ano de 1827 que se instituiu a primeira Lei sobre a instrução do Império Brasileiro. Esta orientava o ensino para, além de aritmética, leitura e escrita, a gramática, os princípios morais e cristãos, a Constituição – o ensino de história do Brasil. Durante todo o século XIX. A História Civil esteve profundamente vinculada à História sagrada, formando os meninos e meninas numa moral cristã e em costumes cívicos. Era forte a influência do ensino religioso, o qual possuía laços estreitos com o Estado.

Com o passar do tempo e a efervescência cultural, intelectual e política a disciplina de História assume um caráter crítico e moderno. Porém ainda hoje, o ensino de história continua, na maioria das escolas, crítico e analítico, mas conteudista, com método expositivo valorizando os saberes do professor, pouco interativo com o aluno, o seu tempo e as suas questões. Porém, é grande o número de escolas formais, não formais e de professores que apostam na história nova e crítica, que valoriza e parte da cultura local, das lutas e transformações sociais, das diferenças e da inter-relação com o espaço continental se inserido depois, no espaço da economia e política mundial. Esse contexto expõe o grande fosso que ainda há entre a academia e a escola básica, e do atrelamento do sistema educacional aos vestibulares e testes para inserção em nível superior, os quais permanecem seletivos e elitistas, com pequenos avanços.

Paralelamente, os movimentos sociais e populares, dedicados também à educação, têm buscado um ensino mais libertário, com referenciais ideológicos progressistas e socialistas, aplicando a história críticas e problematizadora. Permitem buscar métodos e fundamentos que possibilitem visão ampla do homem e da sociedade. u ampla do homem e da sociedade, formando dos tambem tibulares e testes para inserostrar outras formas de resolver esses mesmos

EMENTA:

5a série: O estudo Universo. Tecnologias utilizadas para pesquisa espacial. Estudo da estrutura e organização do planeta Terra. Saneamento básico. Escassez de recursos hídricos, energéticos. Poluição da água, solo, ar e doenças associadas. Manejo e produção agropecuária (culturas de subsistência). Recursos energéticos naturais e artificiais.

6a série: O estudo da Evolução das espécies de seres vivos. Classificação taxonômica dos seres vivos. Biotecnologia vegetal e animal. Introdução à organização celular. DNA. Produção de alimentos transgênicos. Monopólio dos alimentos. Biodiversidade dos seres vivos.

7a série: Funcionamento e anatomia corporal. Sistema circulatório. Sistema Nervoso (alcoolismo e tabagismo). Sistema Respiratório, Sistema Circulatório (e Imunológico), Sistema Digestório (alimentação equilibrada, transtornos alimentares, fome), Sistema Excretor e Urinário. Sistema Endócrino. Sistema Reprodutor Feminino e Masculino. Fisiologia da Reprodução e da Gestação. DSTs.

8a série: Matéria (propriedades e transformações). Conceito de átomo e moléculas. Identificação de substâncias e suas propriedades. Energia. Relação entre a transformação da Natureza e a produção tecnológica e científica.

4. OBJETIVOS COMUNS À ÁREA DE HISTÓRIA

O ensino de Ciências deverá se organizar de forma que os alunos possam desenvolver as seguintes saberes:

  1. Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive;

  2. Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica;

  3. Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;

  4. Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

  5. Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;

  6. Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva de conhecimento;

  7. Compreender a saúde como um bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva;

  8. Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem.

 

 

 

 

DISCIPLINA CULTURA CORPORAL

 

Professor: ________________________________

 

CARGA HORÁRIA DA DISCIPLINA CULTURA CORPORAL:

Fase Presencial: 160 horas Fase à Distância: 40 horas Total: 200 horas

O PLANO DE TRABALHO

COMPLEXO TEMÁTICO: A luta do homem por terra, trabalho e educação.

EMENTA DA DISCIPLINA: Estudo da cultura corporal a partir de sua consideração em processos educacionais de formação humana através de atividades corporais - jogos, brincadeiras, danças, ginástica, esporte, capoeira, entre outras - entendidas enquanto atividades da cultura que adquirem sentido e significado em determinados contextos históricos.

CONTEÚDO: conceito de cultura; conceito de cultura corporal e os elementos que a constituem (esporte, jogo, dança, ginástica e lutas); o planejamento, a elaboração e a construção de parques de lazer nos assentamentos; os aspectos históricos, técnicos e conceituais da dança; da ginástica; do esporte; da capoeira.

OBJETIVO GERAL: Apreender os elementos teórico-práticos da cultura corporal a partir da organização coletiva e auto-determinação dos educandos e professores, no processo do trato com o conhecimento, de forma que estes apresentem atitudes de participação, disponibilidade, solidariedade, colaboração.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

  • expressar a compreensão dos conceitos de cultura e cultura corporal;

  • organizar coletivamente de forma auto-gestionada o trato com os conteúdos propostos para as aulas;

  • realizar um diagnóstico das práticas de cultura corporal realizadas em seus assentamentos ou acampamentos;

  • planejar e implementar a construção de parques de lazer nos assentamentos;

  • apresentar atitudes de participação, disponibilidade, solidariedade, colaboração frente ao trato com o conhecimento.

PROCEDIMENTOS:

  • observações e levantamentos da realidade dos assentamentos e acampamentos acerca da cultura corporal;

  • aulas expositivas;

  • aulas práticas dos conteúdos da cultura corporal promovendo a interação entre os participantes no processo de ensino-aprendizagem;

  • debates;

  • construção de parques de lazer.

AVALIAÇÃO:

A referência da avaliação será dada em relação à aproximação ou o distanciamento dos objetivos propostos para a aula. Neste sentido, teremos como principais elementos avaliativos a participação dos alunos durante as aulas demonstrando a apreensão dos aspectos teórico-práticos trabalhados, a elaboração dos trabalhos solicitados e a presença nas aulas.

 

 

 

ARTES

Professor:____________________________

 

 

EMENTA: Resgatar a historicidade cultural do Recôncavo Baiano presente nas danças, cantorias, instrumentos musicais, artesanato, capoeira e na religiosidade.

OBJETIVOS:

  • promover, através da arte, a socialização do indivíduo dentro do seu contexto social;

  • despertar a valorização da escola do trabalho como base para o desenvolvimento do aluno;

  • estimular no aluno o conhecimento e o treinamento no seu trabalho, criando possibilidades profissionais e pessoais.

  • Proporcionar, através da arte, meios para que o aluno desenvolva sua personalidade, reconhecendo-se como indivíduo capaz de criar e transformar o seu meio social e profissional.

  • Fornecer caminhos para que o indivíduo exercite seu censo crítico-analítico sobre os fatos e estruturas sociais.

  • Aplicar dinâmicas que despertem a liberdade de expressão através da pesquisa e experimentação de elementos.

  • Ajudar o aluno a observar, descobrir, analisar, vivenciar e valorizar os elementos estéticos artísticos e culturais de seu ambiente.

 

JUSTIFICATIVA:

A disciplina de Arte é de extrema importância para a formação de professores do MST, pois tem o poder voraz de fazer com que o indivíduo se utilize do lúdico para valorizar seus direitos como cidadão.

A arte oferecerá meios para o aluno observar o seu cotidiano, analisando os fatos e os problemas relacionados à sua realidade social, sendo capaz de descobrir e valorizar, através de vivências e jogos dramáticos, as suas potencialidades como cidadão consciente dos seus direitos e deveres.

Assim sendo, nada melhor que uma arte capaz de articular raciocínio e sentimento, reflexão e prática, para auxiliar o indivíduo a transformar sua realidade no plano simbólico, tornando-o capaz de, posteriormente, transformá-la no plano concreto.

 

CONTEÚDO:

  • Resgate da cultura do Recôncavo

  • Construir sua história de vida, a partir da cultura popular

  • A história da cultura do MST através da representação artística

  • Os folguedos

  • Desenhos (criação de histórias em quadrinhos)

Através de:

  • Dinâmicas e jogos.

  • A história do MST através da representação artística.

  • Resgate da cultura do MST.

  • Figurino;

  • Colagem – recursos: (tema, arroz, feijão, etc);

  • Jornal falado;

  • Improvisações;

  • Encenação (um dos folguedos da região);

  • Cartazes (ilustrativos e colagem);

  • Atividades de liberação e sensibilização;

  • Composição com técnicas variadas onde o espaço de trabalho seja desenvolvido harmoniosamente.

  • Produção de artesanatos, instrumentos musicais, etc.

 

 

 

Disciplina Geografia

 

Ementa: Confrontar o saber popular (bagagem que os Jovens e Adultos já possuem) com o conhecimento escolar sobre geografia social. Para isso é preciso dar oportunidade para que os alunos exponham suas idéias e seus modos de refletir os problemas que a realidade lhes apresenta e lhes apresentar outras formas de resolver esses mesmos problemas de forma sistematizada e ampliar suas referências de pensamento. Portanto é fundamental relacionar os dados da realidade com o conhecimento geográfico físico, social e político já construído e sistematizado pela humanidade.

Objetivos:

Compreender a cidadania como participação crítica, social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais;

- posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

- Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio ampliar as referências de pensamento e estabelecer nexos e relações entre a realidade concreta e o conhecimento científico.

- Questionar a realidade formulando problemas e tratando de resolvê-los, utilizando o pensamento dialético e a capacidade de análise crítica.

Conteúdos: Os conteúdos mínimos segundo os PCN’s serão trabalhados neste projeto de acordo com as necessidades em torno das problemáticas/realidade dos Jovens e Adultos e dos Complexos Temáticos já expostos acima. Os conteúdos mínimos são:

1. O trabalho e a apropriação da natureza na construção do território;

2. As mudanças nas relações sociais do trabalho e a separação entre o campo e a cidade;

3. As diferenças técnicas e costumes e a diversidade de paisagens entre o campo e a cidade.

4. O ambiente natural e a diversidade das paisagens agrárias no Brasil.

5. Os ritmos da natureza no processo de produção das condições materiais e da organização social de vida no campo.

6. O ritmo de trabalho: aceleração e desaceleração na produção do campo e as imposições imperialistas para o campo.

7. A migração e a imigração no Brasil.

8. A segregação socioeconômica e cultural no Brasil.

9. Os fenômenos naturais: relevos, climas, água, solo, vegetação.

10 Problemas ambientais que atingem o planeta Terra (lixo, poluição, água, efeitos químicos).

11. A questão agrária no Brasil: agronegócio, agrofamília, Movimentos Sociais do Campo, trabalho agrícola tradicional, agroecologia; as relações de trabalho cooperativo e o extrativismo como forma de permanência e resistência às relações competitivas do trabalho assalariado.

12. A Reforma Agrária no Brasil e o MST.

 

 

 

Língua Portuguesa

 

Professor:___________________________

 

Ementa: O domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, e o domínio da língua, como sistema simbólico utilizado por uma comunidade lingüística são condições de possibilidade de plena participação social. Portanto aprender a ler, escrever, compreender, analisar criticamente e sistematizar os próprios pensamentos e demais pesquisas torna-se fundamental para um militante deste movimento de resistência.

Objetivo:

Utilizar a linguagem na escuta e produção de textos orais e na leitura e produção de textos escritos de modo a atender a múltiplas demandas sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos e expressivos, e considerar as diferentes condições de produção do discurso;

- Utilizar a linguagem para estruturar a experiência e explicar a realidade, operando em várias áreas do conhecimento:

* sabendo como proceder para ter acesso, compreender e fazer uso de informações contidas nos textos, reconstruindo o modo pelo qual se organizam em sistemas coerentes;

* sendo capaz de operar sobre o conteúdo interpretativos dos textos, identificando aspectos relevantes, organizando notas, elaborando roteiros, resumos, resenhas, índices, esquemas etc.;

* aumentando e aprofundando seus esquemas cognitivos pela ampliação do léxico e de suas respectivas redes semânticas;

* analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio, desenvolvendo a capacidade de avaliação dos textos:

* contrapondo sua interpretação da realidade a diferentes opiniões;

* inferindo as possíveis intenções do autor marcadas no texto;

* identificando referências intertextuais presentes no texto;

* percebendo os processos de convencimento utilizados para atuar sobre o interlocutor/leitor;

* identificando e repensando juízos de valor tanto socioideológicos, quanto históricocultural associados à linguagem e à língua;

* reafirmando sua identidade pessoal e social;

- Conhecer e valorizar as diferentes variedades do Português, procurando combater o preconceito lingüístico;

- Reconhecer e valorizar a linguagem de seu grupo social e ampliá-la na medida do possível;

- Usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de análise lingüística para expandir sua capacidade de monitoração das possibilidades de uso da linguagem, ampliando a capacidade

de análise crítica.

Conteúdos:

    1. gêneros literários privilegiados para a prática de escuta e leitura de textos;

    2. Leitura autônoma;

    3. Leitura colaborativa;

    4. Leitura dirigida;

    5. Interpretação textual;

    6. Produção de textos orais;

    7. Composição de frases;

    8. Composição de orações;

    9. Composição de parágrafos;

    10. Produção de textos escritos (descrição, narração dissertação, resenha, resumo, ata);

    11. Variação lingüística;

    12. Léxico;

    13. Ortografia (pontuação, acentuação, crase, etc)

    14. Classes gramaticais (substantivos, verbos, pronomes, adjetivos e conjunção)

 

 

 

Língua Estrangeira

 

Professor: ___________________________

 

Ementa: conhecer e vivenciar uma experiência de comunicação humana, pelo uso de uma língua estrangeira, no que se refere a novas maneiras de se expressar e de ver o mundo, refletindo sobre os costumes ou maneiras de agir e interagir e as visões de seu próprio mundo, possibilitando maior entendimento social, político e cultural da sociedade em geral e de seu próprio papel como cidadão de seu país e do mundo. Portanto a escolha da Língua Estrangeira Espanhol para este projeto está voltado as necessidades deste Movimento Social se comunicar com os países da América Latina, principalmente os que a Via Campesina faz-se presente.

 

Objetivos:

  • reconhecer que o aprendizado de uma ou mais línguas lhe possibilita o acesso a bens culturais da humanidade construídos em outras partes do mundo;

  • construir conhecimento e sistematizá-lo através da organização textual e sobre como e quando utilizar a linguagem nas situações de comunicação (oral ou escrita), tendo como base dos conhecimentos da língua materna;

  • construir consciência lingüística e consciência crítica dos usos que se fazem da língua estrangeira que está aprendendo;

  • ler, compreender e sistematizar conhecimentos e discussões sobre a Via Campesina, através de textos e informações que estão disponíveis em espanhol.

  • comunicar-se via correspondência com companheiros da Via Campesina na América Latina.

 

Conteúdos: têm por base que o uso da linguagem na comunicação envolve o conhecimento (sistêmico, de mundo e de organização textual) e a capacidade de usar esse conhecimento para a construção social dos significados na compreensão e produção escrita e oral. O componente metodológico pode fazer com que o aluno, ao interagir com alguém, aprenda a usar a linguagem, concentrando-se nos processos de uso via habilidades comunicativas. Assim, o foco será colocado na construção social do significado do uso deste conhecimento:

  • atribuição de significado a diferentes aspectos morfológicos, sintáticos e fonológicos;

  • identificação de conectores que indicam uma relação semântica;

  • identificação do grau de formalidade na escrita e na fala;

  • reconhecimento de diferentes tipos de texto a partir de indicadores de organização textual;

  • compreensão e produção de textos orais com marcas entonacionais e pronúncia que permitam a compreensão do que está sendo dito;

  • a preocupação em ser compreendido e compreender outros, tanto na fala quanto na escrita;

  • a valorização do conhecimento de outras culturas como forma de compreensão do mundo em que vive;

  • o reconhecimento de que as línguas estrangeiras aumentam as possibilidades de compreensão dos valores e interesses de outras culturas;

  • o reconhecimento de que as línguas estrangeiras possibilitam compreender-se melhor;

  • o interesse por apreciar produções escritas e orais em outras línguas.

 

 

 

 

 

Filosofia

 

Professor: __________________________

Ementa: Adquirir elementos e instrumentos referenciais para o desenvolvimento de um pensamento crítico sobre a realidade a partir dos princípios filosóficos do MST.

Objetivo: Conhecer, refletir e discutir os princípios filosóficos do MST.

Conteúdos:

  1. Introdução aos conceitos fundamentais da filosofia;

  2. Introdução aos conceitos fundamentais em que se estruturam a sociedade;

  3. Os princípios filosóficos do MST;

  4. Os princípios pedagógicos do MST;

  5. A Identidade Sem Terra;

 

 

Sociologia

 

Professor: __________________________

 

Ementa: Discutir e analisar a constituição fundiária no Brasil, as desigualdades sociais e a necessidade da reforma agrária, bem como refletir sobre a questão agrária de forma crítica e politizada.

Objetivo: Partindo de sua própria vivência no MST aprofundar e refletir a questão agrária no Brasil.

Conteúdos:

  1. Estrutura Social no Brasil

  2. A divisão social do trabalho;

  3. A Estrutura fundiária no Brasil;

  4. Os modos de produção;

  5. A apropriação e expropriação do capital;

  6. O agronegocio X MST;

  7. Projetos de reforma agrária para o Brasil;

  8. A reforma agrária dos trabalhadores.

 

 

 

 

Anexo 2

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